LinkedIn — o aquário de gente maluca, do mendigo de "like", dos mentirosos de histórias incríveis, etc.

Lenine
Coletivo UX
Published in
5 min readAug 18, 2021

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Fotografia: Sebastiam Stam / Red Observation

O LinkedIn é a maior rede profissional do mundo, com 756 milhões de usuários em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.

Antes de começar, você sabe qual é propósito do LinkedIn?

Criar oportunidades econômicas para cada integrante da força de trabalho global. Conectar profissionais do mundo todo. Fonte: LinkedIn

Pelo menos 1 vez por semana eu entro no meu LinkedIn para divulgar um novo artigo ou a ver a "temperatura" do mercado. E sempre me surpreendo com a quantidade de gente com histórias mirabolantes: de sucesso, de "superação", pela sua cor, por ter uma opção sexual, por estar na empresa XPTO, por conseguir executar um kamehameha, por ter uma kryptonita, saber falar Klingon, por ser faixa preta em cabeçada no prego, etc.

Top Voice do LinkedIn = Mendigos de likes

São os mendigos de likes. Normalmente isso é feito por algum mendigo de likes — a.k.a Top Voice do LinkedIn. Não sei se com vocês é a mesma coisa, mas tem situações que bate uma vergonha alheia. Tem textos que simplesmente a pessoa "copia e cola" de algum lugar e diz que viveu uma situação.

"Um tempo atrás, indo para uma entrevista me atrasei porque tive que alimentar um Guaxinim faminto na rua, comprei um lanche do McDonalds uma Mcoferta Big Mac + Nuggets com 10 + 1 Molho de R$34,90 e um café do Starbucks Triplo Mocha Latte de R$12,50 sem muita espuma. Esses eram meus últimos R$47,70 no bolso — tudo em moeda de R$0,03 (três centavos). Gastei tudo com muita #gratidão e sem arrependimento. Quando finalmente cheguei no meu local de entrevista, o dono da empresa era nada mais nada menos que o Guaxinim faminto. Ele me olhou, soltou um peido fedido e não disse nada, ganhei a vaga na hora. O nome dele era Rocket, ele me convidou para montar uma Manopla do Infinito usando nano tecnologia e tentar salvar meus amigos que foram eliminados pelo Thanos. E você? Vai deixar passar a oportunidades até quando? #DicasDeFracassos #GerandoValorParaMin #SóQueroSeuLike #AcrediteEmVocêPorqueEuNãoVou #Fuckyourself #FogueteNãoDaRéExplode Compre meu curso no site WWW.

Tem um padrão, é só analisar de forma fria e analítica.

Fotografia: Sebastiam Stam / Red Observation

O que me impressiona nas histórias são os comentários das pessoas. Poucas são as que questiona o mendigo de likes sobre o ocorrido. Ninguém tem um olhar minimamente crítico pra questionar essas barbaridades. Pensamento crítico. Tipo assim: "Olá mendido de likes, por que você não fez um PIX em vez de usar as moedas de R$0,03?", "Era Guaxinim ou um Gambá?", "Se o café estava com pouca espuma, por que você pagou R$12,50?"

Dá para fazer um compilado de histórias mirabolantes e escrever um livro.

O LinkedIn também virou uma seita insuportável de pessoas que mais parecem robôs, obcecadas por se mostrarem perfeitas. Agradecem por tudo, são especialistas em assunto aleatórios, o tempo todo. Fui demitido! #gratidão. Fui humilhado! #aprendizado. Alguma "coisa aleatória"? #superação. Dispensado do recrutamento por não saber grego? #xenofobia.

Off: São tantos termos que nem sei como compilar. Se esqueci algum mais relevante, coloca nos comentário que eu faço a atualização depois 😈 🤟.

No LinkedIn: Encerrei um ciclo, obrigado Cleyton e equipe!

No Twitter: Fui demitido, empresa FDP! Cleyton seu arrombado!

Nem só de histórias mirabolantes vive o LinkeDisney

Se você frequentou o LinkedIn nessa última, viu algumas postagem a respeito de uma foto que envolvia uma empresa de corretagem famosa — fazendo comparações com os garis aqui do Rio de Janeiro.

Nessa foto tinham P.E.S.S.O.A.S — de todos os tipos e gêneros. Mas, um desses mendigos de likes que gosta de separar as pessoas por cor, gênero, e etc; resolveu atacar a empresa, chamando-a de racista (por que na foto "só" tinha branco), misógino (por que "não" tinha mulher) e que não promovia a "diversidade". Só que essa foto tinham TRÊS pequenos detalhes.

  1. A foto em si, era de uma empresa de hardware que presta serviço para a empresa de corretagem.
  2. Na foto tinham mulheres — era só olhar com calma.
  3. Na foto tinham negros e morenos/pardos — era só prestar mais atenção ainda — em pequena quantidade, mas tinha.

Nem preciso dizer o que aconteceu, né? Foi uma baixaria generalizada.

É por coisas assim que estúpidos chegam ao Top Voice do LinkedIn. Botam fogo no parque e ficam de camarote vendo tudo, comendo pipoca e tomando Coca-Cola diet geladinha do império yankee opressor do capitalismo malvadão.

“Você quer espaço na mídia dia? Basta ostentar suas virtudes! Elas nem precisam ser verdadeiras!”- Alguém nas web

Off: Fiz uma crítica na postagem alegando que o autor estava expondo pessoas e famílias com questões sérias, em um texto de poucos parágrafos. Racismo é crime, todos sabemos, acusar sem ter prova também é. Sugeri das pessoas fazerem um queixa crime contra o autor. Não sou advogado mas consegui enxergar um monte de problemas jurídicos na postagem: uso indevido da imagem, difamação, ataques específicos à empresa e organização, danos morais. Tem muito mais, mas não sou especialista.

Fotografia: Sebastiam Stam / Red Observation

O básico ainda "funciona"

A rede de contatos profissionais é legal. A ferramenta de pesquisa funciona de forma muito boa e funcional. Os resultados segmentados com filtros é muito bem desenvolvido.

Opinião

Se você assim como eu utiliza o LinkedIn para fins P.R.O.F.I.S.S.I.O.N.A.I.S. ele é um ótima ferramenta.

Mas cada dia que passa, eu só tenho é mais preguiça do LinkedIn. Lugar cheio de bajulação, brigas desnecessárias, mentiras contadas e replicadas. Raramente encontro algo relevante. Neste exato momento entrei no LinkedIn, o que eu vejo na minha timeline logo na abertura? "Encerro mais um ciclo…blá…blá…blá… obrigado Cleyton!".

Mesmo assim — por incrível que possa parecer — também encontrei essa animação irada para o Spotfy. São 24 segundos que vão fazer você dizer: "Wowwww". Caso não cause essa sensação, eu te pago uma cerveja.

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Product Designer. Devido a minha prática constante de cinismo e desapego, consigo evitar debates acalorados sem noção e "mimimi". No bullshit.