Introdução ao Metaverso

ou a evolução da Internet

Odair Faléco
Coletivo UX

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Decentraland

Caro leitor, talvez você nunca tenha ouvido essa palavra antes. Metaverso? Oi? O que diabos é isso? Tudo bem, afinal de contas, ninguém tem a obrigação de saber de tudo não é mesmo? Nós do Bankless ainda estamos criando, aprendendo, desbravando e co–criando o Metaverso junto com você. Este artigo não tem a intenção de trazer uma abordagem super técnica sobre o que é o Metaverso, mas sim, como o próprio nome do artigo diz, servir de introdução ao conceito, suas características e implicações sócio–econômicas.

Talvez seja um bom momento para esse que vos fala se apresentar: meu nome é Odair Faléco, sou UX designer, músico e fotógrafo de rua. Trabalho com design e tecnologia há mais de 15 anos; sempre fui muito curioso, tentando entender como essa bagunça toda que chamamos “Mundo real” funciona. Gosto de ler e escrever sobre design, psicologia, filosofia e novas tecnologias. Me juntei ao Bankless Br DAO (DAO significa Organização Autônoma Descentralizada) para ser editor dessa newsletter especial sobre o Metaverso.

Se você se interessa por NFTs, novas tecnologias, criptomoedas, investimentos e games, você está no lugar certo!

Mas chega de falação, bora explorar esse tema um pouco mais a fundo, preparado para a jornada? Pega um café, a mochila, e vem comigo. 🎒☕️

Ready Player One — Warner Bros. Pictures

Começando do começo: Web1, Web2 e Web3 (ou, a Evolução da Internet)

Para entrar no conceito de Metaverso, antes precisamos entender algumas outras coisas, isso vai ajudar a pavimentar o caminho e trazer um pouco mais de contexto e luz sobre o assunto. Por exemplo, entender as principais caraterísticas da web1, web2 e web3 é vital para entendermos o resto da história. Como minha intenção aqui é ser breve (sei que você está sempre na correria…), vou evitar descrições muito técnicas e ir direto ao ponto! Combinado?

A internet que conhecemos hoje (seja em relação a interfaces ou recursos) mudou muito. Se você nasceu na década 80 como eu, você provavelmente sabe que estou falando. Quem lembra só poder usar a internet depois da meia noite pra não ocupar a linha de telefone durante o dia, e pagar apenas 1 pulso pela conexão? Sim, a gente usava o telefone e um negócio chamado “fax modem” pra se conectar a internet naquela época. Até o momento, dividimos a história da internet em 3 grandes fases que já mencionei, Web 1, 2 e 3.0

Abaixo, resumidamente as principais características de cada uma:

Web 1.0

  • Primeira versão da internet (raiz!)
  • Sistemas estáticos, praticamente não interativos (textos e imagens)
  • Criação das primeiras ferramentas rudimentares de chat (mIRC, ICQ, outros)
  • Focada em consumir conteúdos e não em gerar conteúdo (mais estática)
  • Sites feitos por Programadores e grandes empresas de informática, não pelos usuários
  • Dados e conteúdos armazenados em servidores privados (centralizados)

Podemos dizer que esse período foi mais ou menos de 1991 até 2004, com a popularização dos PCs (computadores pessoais) e evolução da Banda Larga (internet mais rápida)

Site da Amazon em 1995 — Museu da Internet

Web 2.0

A maioria de nós teve seu primeiro contato mesmo foi com a Web 2.0 — pense ela como sendo algo mais interativo e social (produção e compartilhamento de conteúdos).

  • Surgimento dos Blogs (blogspot, wordpress, etc)
  • Sem necessidade de ser um programador para gerar conteúdos (dinâmica, construtores de sites e blogs)
  • Criação de redes sociais (MySpace, Orkut, Facebook, outros)
  • Maior interatividade (postar áudio, vídeo, compartilhar textos, voz, mensagens)
  • Ferramentas de comunicação sendo adotadas pela massa e mais acesso à internet, mesmo em países subdesenvolvidos como o Brasil (WhatsApp, Telegram, outros)
  • Sistemas ainda centralizados como na web2 (Google, Amazon, Apple, Governos, outros)

Com certeza essa evolução trouxe muitos benefícios para a internet e para o mundo como um todo. É difícil imaginar nossa vida sem internet hoje, em muitos países ela se tornou tão natural quanto ter energia elétrica na tomada. Mesmo assim, a web 2.0 ainda é falha em muitos aspectos, principalmente na questão da centralização. Temos que fornecer nossos dados pessoais a todas essas empresas para poder desfrutar dos serviços que elas oferecem — o problema é que, de fato, muitas vezes precisamos delas em nosso dia a dia (usar o Google Maps, por exemplo), fornecemos todos os nossos dados de forma gratuita. Ou seja, quando não pagamos pelo serviço, o produto somos nós.

Além de problemas de Segurança e Privacidade, existe também o problema da monetização de conteúdos: essas mesmas empresas sempre ganham consideráveis comissões em todo dinheiro transacionado na plataforma, reduzindo assim o lucro de quem realmente cria apps, games, e outros.

Web 3.0

Existem algumas diferenças fundamentais entre a web2 e a web3, porém a essência principal é a questão da descentralização — ou seja — remover intermediários para que o valor possa ser transacionado de forma segura diretamente entre criador e consumidor, entre uma pessoa e outra, sem intermediários, que tal?

A web3 é como uma nova camada de internet sendo construída no topo da internet atual (web2). Enquanto eu escrevo estas linhas, ela está sendo construída de forma descentralizada por diversas comunidades, indivíduos, nerds e empresas ao redor do mundo. Suas principais características são:

  • Verificável e confiável (pública, aberta, open source)
  • Auto–governada (comunidade, votações, tokens)
  • Sem obrigatoriedades (permissionless)
  • Constante (sempre online, descentralizada, fragmentada)
  • Mais difícil de ser atacada e corrompida (servidores descentralizados ao redor do mundo)
  • Sistemas de Pagamento nativo (criptomoedas, tokens, DeFi)

Na web3, programadores não criam Apps executados em um único servidor, ou que armazenam dados em um único banco de dados (geralmente hospedado e gerenciado por um único provedor cloud, centralizado, como AmazonWS por exemplo).

Em vez disso, os dApps da web3 são executados em Blockchains, redes descentralizadas (servidores) hospedados ao redor do mundo todo e validados pelos próprios usuários da rede. Eles não fazem isso de graça (afinal sabemos que não existe almoço grátis), eles ganham recompensas financeiras para manter a rede funcionando e segura — esses aplicativos e serviços são chamados dApps (ou aplicativos descentralizados).

Como mencionei anteriormente, o objetivo deste artigo é ser uma introdução ao tema, portanto não vou entrar em mais detalhes agora, mas você pode seguir o Bankless para acompanhar conteúdos sobre esse tema e muito mais! Além de ir mais a fundo na sua pesquisa por conta própria, caso goste do tema como eu. No final do artigo eu listo os principais links da pesquisa e fontes para você saber mais.

Está curtindo a leitura? Então leia o artigo na íntegra de forma gratuita no Bankless Brasil, onde este que vos fala é Editor do Metaverso.

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AI Artist & Consultant • UX Lead at Accenture Song, previously R/GA • Founder https://zero1cine.com • Author • Speaker • Musician | https://ai.ofaleco.xyz/