Arquitetura de Informação e o seu propósito

Flavio Santana
Coletivo UX

A Arquitetura de Informação é uma parte extremamente importante do processo de UX Design. Se voltarmos um pouco no passado, veremos que o termo foi cunhado por Wurman em 1976 e tem como base a organização das informações dentro de um espaço visual. De forma ampla, o estudo dessa disciplina também prevê que a informação deve ser acessível e de fácil encontrabilidade em ambientes computacionais como web sites, aplicações de softwares.

"A Arquitetura de Informação é tornar o complexo claro. R.S Wurman"

R.S Wurman

A timeline da Arquitetura de Informação

Seguindo a história, marcos históricos ajudaram a definir o que hoje conhecemos como Arquitetura de Informação:

1964: Publicação do artigo “Architecture of the IBM System/360” onde “arquitetura” é citada como: “a estrutura conceitual e o comportamento funcional, diferenciando-se da organização e dos fluxos e controles de dados, do design lógico e da implementação física.”;

- 1970: Os laboratórios de pesquisa da Xerox Palo Alto Research Center (PARC) reúnem um grupo de cientistas que desenvolvem tecnologias com o objetivo de apoiar uma “arquitetura de informação” aplicável aos produtos da empresa;

- 1976: Richard Saul Wurman, cunha o termo “arquitetura de informação” ao proferir sua palestra na Conferência do Instituto Americano de Arquitetos, cujo tema era “The Architecture of Information”;

- 1998: Peter Morville e Louis Rosenfeld publicam o livro “Information Architecture for the World Wide Web”, também conhecido como o livro do “urso polar”;

- 2006: É publicado o livro “Everyware: The Dawning Age of Ubiquitous Computing” de Adam Greenfield que insere o conceito de computação ubíqua ou computação pervasiva dentro da disciplina de Arquitetura de Informação.

As três gerações da Arquitetura de Informação

Design de Informação

1º geração — 1970 e 1980

Teve foco em sistemas como aplicações que não rodavam na Web dentro de organizações individuais.
Principais pontos:
- Esclarecimento da necessidade de uma abordagem arquitetural;
- Analogias com arquitetura de construção;
- Diagramas 2D simples ou frameworks fornecendo uma visão inicial da arquitetura;

Design e Análise de Sistemas de Informação

2º geração — 1990

Teve foco em sistemas Web como conjuntos integrados de componentes dentro de organizações individuais.
Principais pontos:
-
Extensões e adaptações de diagramas das arquiteturas da 1a geração;
- Conjunto de frameworks com modelos de referenciais industriais;

Integração

3º geração — Depois de 1990 e 2000

Informação como recurso corporativo com ferramentas de apoio de TI e técnicas.
Principais pontos:
-
Definição explicita de princípios e teoria básica;
- Desenvolvimento de arquiteturas multidimensionais;
- Customização de frameworks de informação para as necessidades de organizações individuais;
- Padrões e mapas de informação genérica.

A ecologia da Informação

Source: WebVine

Como a imagem mostra, o contexto, conteúdo e usuário constroem a Ecologia da Informação.

Usuários

são os utilizadores da informação. Quem são eles, qual seu comportamento padrão de busca de informação e quais são suas necessidades.

Atribuições de um Arquiteto de Informação
- Pesquisas com usuários;
- Definição das necessidades do usuário;
- Personas;
- Etnografia;
- Análise de tarefas;
- Testes de usabilidade;
- Documentação;

Contexto

compreende as políticas, cultura, objetivos de negócio, missão, estratégia, processos e orçamento de uma organização;

Atribuições de um Arquiteto de Informação
- Definição dos requisitos do negócio;
- Definição do escopo do projeto;
- Gerenciamento de projetos;
- Análise de negócios;
- Definição de ROI;
- Gerenciamento das expectativas do cliente;
- Definição das restrições básicas;

Conteúdo

inclui os documentos, imagens, mídias, gráficos, planilhas e metadatas que os usuários utilizam rotineiramente ou precisam encontrar.
Atribuições de um Arquiteto de Informação
- Indexação e catalogação;
- Análise de formatos XML e metadata;
- Desenvolvimento do thesaurus;
- Mapeamento de sites;
- Gerenciamento de conteúdo;
- Análise de tarefas;
- Teste de usabilidade;
- Navegação e rotulação;

A Arquitetura de Informação como fator da UX

Ainda nessa ótica, a encontrabilidade (findability) precede a usabilidade, ou seja, os dados e informações em que o usuário busca tem que ser de fácil acesso antes de ser usada em sua necessidade.

O profissional de AI deve ter conhecimento suficiente para entender em qual cenário ele está inserido e qual a necessidade da empresa, organização ou serviço ele está resolvendo o problema que lhe foi proposto.

Arquitetura da Informação tem como objetivo influenciar positivamente na experiência do usuário para que ele busque e encontre as informações necessárias para executar sua tarefa ou aprender algo novo.

Source: Human Thinking

O sistema de AI pode ser classificado segundo Reichnauer e Komischke e Rosenfeld e Morville em:

  • Sistemas de organização: com base nessa linha de raciocínio, as pessoas tem a tendência de organizar as informações para ter controle do próprio mundo. E com isso a maneira que a informação é organizada é melhor compreendida por outras pessoa. Envolve também a classificação de palavras e conceitos de forma heterogênea e ambígua.
  • Sistemas de rotulagem: a forma de representação das informações em ambientes computacionais e físicos para que a necessidade cognitiva e de espaço onde a informação será mostrada seja a menor possível. Também é como as informações são agrupadas para que fiquem organizadas e construam sistemas de navegação facilitando o reconhecimento da informação.
  • Sistemas de navegação: como o próprio nome já diz é a capacidade de dar um sentido de direção no ambiente em que o usuário está inserido. O sistema de navegação é extremamente importante para que o usuário identifique onde ele está e para onde pode ir.
  • Sistema de busca: tem como objetivo fornecer ferramentas e meios para que o usuário encontre a informação de forma clara e objetiva. Apesar disso, o sistema de navegação não resolve todos os problemas sozinho, pois o ambiente deve fornecer conteúdo e recurso relevante para o usuário.
  • Taxonomia: por sua vez, é definida como a categorização de relacionamentos hierárquicos bem como equivalentes que são úteis não apenas para os sistemas de buscas mas também para hierarquias efetivas de navegação.
Taxonomy by Journal of Information Architecture

Para concluir

A disciplina de Arquitetura da Informação é muito rica em teoria e prática. Cabe ao arquiteto da informação através do estudo e das boas práticas:
1 Determinar as necessidades do cliente;
2 Elaborar o projeto para o desenvolvimento de soluções;
3 Desenvolver wireframes e/ou protótipos;
4 Aplicar testes de usabilidade
5 Implementar a solução;

Source: Irla Rebelo

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